domingo, 23 de março de 2014

O que estou vendo em Pesqueira - Autor: Minervino Osório



Pesqueira hoje está
Como um velório sem dono
Que morreu no meio da rua
No maior do abandono
Pesqueira está conhecida
Como uma cidade sem dono

Acabou-se aquelas festas
Que se brincava à vontade
Hoje para fazer isso
Tem que ir pra outra cidade
É muita gente que sai
Carro e ônibus vão lotado

Aqui não se ouve música
E nem um rádio tocar
Se tocar um pouco alto
A polícia vem parar
Se falar leva preso
E não tem a quem reclamar

Festas tradicionais
Em Pesqueira ainda tem
As outras foram embora
Ninguém sabe quando vem
Foi embora tudo isso
E as serestas também

Jesus Cristo disse assim
“Nem só de pão vive o homem”
Nós aqui em Pesqueira
Vivemos passando fome
Porque só tem esse pão
E apenas um engano

Pois está faltando tudo
Não temos a quem reclamar
É viver só com o pão
O resto deixa pra lá
É viver na esperança
Que um dia vai melhorar

Faltam ainda muitas coisas
Pra completar esse pão
Lazer e divertimento
Em Pesqueira não tem não
Procura outra cidade
Que possa nos dar a mão

Pesqueira era conhecida
Como Atenas do Sertão
Hoje está sendo Pesqueira
A pior da região
Turista que sempre vinha
Agora não vem mais não

Vamos pedir aos homens
Ao Jesus Cristo também
Que mude esse clima triste
Que Pesqueira hoje tem
Os turistas que vinham antes
Hoje à Pesqueira não vem

Vamos aguentar tudo isso
Ninguém sabe até quando
De vagar está vendo
O comércio se acabando
E isto que estamos ouvindo
Todo mundo reclamando

E reclama com razão
Ninguém pode tirar
O direito do cidadão
Que trabalha estuda todo dia
O lazer não tem não
Está faltando ainda
O complemento do pão

Eu não falo de ninguém
Estou aqui comentando
O que falta em Pesqueira
Lá um dia vai chegando
Os jovens acham ruim
Vão sempre se conformando

Pesqueira está se sumindo
Com muita velocidade
As festas que tinham aqui
Só tem em outras cidades
Para os turistas que vinham
As portas estão fechadas

Aqui termino o que eu penso
E os outros pensam também
Pesqueira está se afundando
Mesmo assim eu quero bem
O que escrevi aqui
Não ofendi a ninguém

Minervino Osório








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